domingo, 27 de março de 2011

Em época de eleições II

Não há margem de manobra para as medidas que tem que ser tomadas a curto prazo.
Seria desejável que houvesse um governo com uma grande base de apoio e com compromissos estratégicos de longo prazo para o País.
Um governo minoritário ou com alianças apenas a um dos lados do espectro político também estará condenado ao fracasso. Isto é, quer um governo com os partidos do centro-direita, mesmo que pretenda ter algumas preocupações sociais e de defesa dos trabalhadores, quer um governo de centro-esquerda, mesmo que assuma preocupações liberais e de defesa dos detentores do capital, não serão solução estável e duradoura.
É absolutamente necessário, ganhe quem ganhar as eleições, com maioria ou sem ela, que o PSD e o PS se entendam num projecto de País e de governo.
Chega de brincadeiras e chacota política!
Mas temos que ser realistas. As actuais lideranças do PSD e do PS insultaram-se tanto, fizeram tanto jogo sujo, crisparam-se tanto, que não têm condições pessoais para se entenderem. Quando o PSD propõe a decapitação da liderança do PS para uma eventual colaboração, do mesmo modo que a liderança do PS, quando acusa a actual liderança do PSD de ser anti-patriótica e de prosseguir mesquinhos interesses partidários sem cuidar dos interesses nacionais, continuam a contribuir para que não haja qualquer possibilidade de entendimento.
Existem em ambos os partidos pessoas sérias e honradas, com provas dadas na governação e na defesa da coisa pública, que se conduzem na política com respeito pela ética republicana e que não estiveram envolvidas na chicana dos últimos tempos, que têm capacidade de se entenderem respeitando as opções políticas e sociais de cada um.
Espera-se que as actuais lideranças do PS e do PSD, sem deixarem de o ser, tenham a sabedoria, a humildade e o amor à Pátria para ir buscar esses interlocutores. O País necessita deles. Direi mesmo, não pode passar sem eles.

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