domingo, 4 de julho de 2010

A questão religiosa???...

Foi com um misto de curiosidade e estranheza que li nos jornais as notícias sobre a vontade de grupos de católicos e alguns sacerdotes que pugnavam pelo lançamento de uma candidatura à Presidência da República de uma personalidade que fosse fiel ao ideário que estes consideram ser o católico. Inicialmente a pressão foi sobre o Dr. Bagão Félix e agora é sobre o Dr. Ribeiro e Castro, que são duas personalidades ligadas a um determinado partido político da direita.

Como conheço católicos comunistas, esquerdistas, socialistas, sociais-democratas, liberais, conservadores e fascistas e ainda com todas as nuances que estes rótulos permitem pensei, com uma certa ironia, como é que eles iriam participar nesse albergue espanhol...

Pessoalmente, considero que a espiritualidade, própria das religiões e não só, é qualquer coisa de tão universal e, ao mesmo tempo, íntima que não se compagina com coisas tão comezinhas como a governação de um país, região ou localidade. Perde a sua natureza sagrada para se banalizar e particularizar. Além disso, confundir os princípios e valores éticos de cada religião com a sua aplicação prática através de determinada igreja, no caso a católica, pretendendo aplica-los a todos, quer sejam fiéis dessa igreja quer não sejam, é duma violência extrema, própria de fanáticos que confundem a sua verdade com a verdade do Deus que supõe seguir.

Servir-se disto para enviar umas farpas ao Prof. Cavaco Silva por ter promulgado o casamento entre homossexuais, como já ouvi dizer, é demasiado baixo e vil e não honra em nada a Igreja Católica nem os Valores Éticos do Cristianismo que se propõe defender e que, do meu ponto de vista, tanta falta fazem à vida da Pessoa na sociedade actual, se compreendidos e interiorizados por cada um e não impostos seja em nome do que for.

A não ser que estas pessoas se estejam a pretender servir da Igreja Católica para impingir determinada ideologia política. Neste caso, A Igreja Católica devia demarcar-se e, que eu saiba, não o fez. Trata-se da negação do próprio cristianismo, pois esquecem-se da máxima "A César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Mas esta frase nunca agradou aos vendilhões do Templo...

musica medieval